quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sobre os confrontos à porta do Parlamento...

Prometi, quando comecei este blogue, que o assunto "crise" era proibido. Queria que este espaço fosse para falar de tantas outras coisas que existem no dia-a-dia mas hoje não consigo porque vergonha é o que sinto! E desculpem lá se vou ferir susceptibilidades... 
Não sinto vergonha por querer ultrapassar esta crise, por ir trabalhar todos os dias mesmo sabendo que o dinheiro é cada vez menos ao fim do mês, não tenho vergonha de admitir que já tive que fazer algumas alterações ao meu estilo de vida mas consigo continuar com alguns "luxos"! Não sou hipócrita o suficiente para dizer que não consigo comer ou vestir-me devido aos cortes que o governo impõe... Não sou hipócrita para dizer que esta crise não é minha porque é e contribui para ela de cada vez que fui a um restaurante e não pedi factura ou de cada vez que me prestaram um serviço e abdiquei dela para ficar só um pouco mais barato! E não sou rica... Trabalho para viver! 
A verdade é que não há dinheiro, o país está na penúria! O que querem as pessoas? Inventar dinheiro??? Não há forma de pagar subsídios, não há forma de continuar a manter ordenados elevados, não há forma de manter reformas tão longas (resultado do aumento da esperança média de vida), não há forma de manter subsídios de desemprego e de inserção social e de sei lá mais o quê, não há "guito"!!! Foi bom enquanto durou mas alguém no seu perfeito juízo achava que ia ser para sempre? O que estava errado era a forma como as coisas estavam anteriormente. O estado não é nem pode ser "pai" do povo!
Tenho pena e muita das pessoas que ficam desempregadas, de casais com filhos que de um momento para o outro perdem os empregos de uma vida! Mas esses não vão para as manifestações, esses estão demasiado preocupados a tentar arranjar alternativas para pôr a comida na mesa todos os dias, muitas vezes sendo forçados a emigrar e destruturar a família. 
O que se passou hoje só despoleta em mim vergonha, raiva, indignação! Não me revejo neste "povinho de meia tigela"! Não me revejo na violência gratuita e nas palavras de ordem pré-fabricada e mais do que ouvidas!
Não sou contra as manifestações, são um direito, sou sim contra os abusos e contra utilizar-se o nome manifestação para a falta de caracter e para a violência sem motivo! Atirar pedras aos polícias que apenas estavam a trabalhar e a fazer o seu dever?? Nada justifica isso! Nada! 
Aplaudo a atitude da polícia, esses sim encheram-me de orgulho. Provam que neste país em decadência de valores ainda há uma réstia de esperança.
Desculpem lá mas tinha de desabafar, até tenho um nó no estômago com o que vi na TV! E escusam de me vir com demagogia barata e com conversas de coitadinho, miséria conheço-a eu bem, e ajudar, ajudo todos os dias (muito mais do que muitos dos demagogos) apenas não me ando a gabar disso.

3 comentários:

  1. A classe trabalhadora está toda em crise. Os salários são baixos, é um facto, e mesmo trabalhando não dá para luxos. Entendo a revolta das pessoas, mas nada desculpa a falta de respeito do que se passou hoje. Os polícias estavam a trabalhar, a cumprir a sua função, a proteger-nos. A manifestação poderia ter sido grandiosa, mas meia dúzia de arruaceiros transformaram aquilo numa guerrinha estúpida.

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  2. Não concordo com tudo o que dizes porque há, de facto, situações muito graves neste momento... mas tens muita razão em outros aspectos, e o mal deste povo é esse mesmo...não queremos trabalhar e as muitas das pessoas ontem em frente ao Parlamento foram lá, única e exclusivamente, para armar confusão e faltar ao respeito. Eu também senti muita vergonha...

    beijinho*

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  3. A situação do parlamento foi lamentável, principalmente por parte dos rufias que vão para lá só para armar barulho... até um italiano estava a atirar pedras...

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Obrigada e voltem sempre a este meu "cantinho". Serão sempre recebidos com um sorriso!