A câmara do WC na primeira pessoa...

Lembram-se disto? 

Pois é, eu trabalhava lá! 

Tudo começou como um dia de trabalho normal... Já depois de almoço, o auxiliar de serviço, que estava a limpar o WC, vem ter connosco (com cara de quem viu um fantasma) e exclama: "Está uma bomba na casa-de-banho". 

Após o pânico instalado, após telefonemas de despedida, após se delinearem planos de fuga para profissionais e doentes, lá se veio a perceber (a polícia percebeu) que se tratava de um dispositivo de gravação de vídeo e som. A câmara captava, para além das nossas partes íntimas, também o rosto. 

Após este episódio, seguiram-se dias e dias e meses de interrogatórios, idas à polícia, jornalistas a telefonarem e a "invadirem" o serviço e a nossa vida pessoal. Nunca imaginei ser possível estar "metida" em semelhante história. Eram as piadinhas no café, no refeitório, na cabeleireira... em todo o lado. Um autentico pesadelo...

E como em todas as histórias, como em todos os filmes (que se baseiam na realidade), o culpado era o que menos se esperava, era aquela pessoa que nunca deu nas vistas, que era maravilhosamente simpática, bem-disposta e profissional. O típico atinadinho que nunca faz nada incorrecto.

Após a confissão do culpado, após a fuga do mesmo, após a devassa da nossa vida privada, após termos sido expostas desta forma... A nossa justiça fez mais uma vez jus ao nome e arquivou o caso!